quinta-feira, 27 de novembro de 2008

cinzas


algo me corrói...

nem sei que nome irei dar

a este infame sentimento que dói...

de tons escuros e deprimentes,

com laivos e traços carentes,

de uma obscuridade tal

que transforma o meu sêr cor de cal...

ao pegar num dicionário que leio de ponta a ponta,

nem mesmo no seu contrário

encontro o que me deixa tonta...

sonho? nem por sombras...

um pesar tristonho?

tanto como as minhas forcas...

palavras não ditas porém escritas,

sonhos e pesadelos...são os meus delirios e flagêlos,

as minhas guerras e batalhas

que espalho no meu vento como se fossem cinzas...

migalhas de aço com que todos os dias me debato...

amostras de uma realidade surreal..

sonhos de um vagabundo fraco,

que perdeu o rumo num mundo banal...

sem caminho ou guia

segue o meu sêr vagabundo com o que almejou um dia...

uma luz subtil e sadia

uma lágrima perdida...uma alma limpa...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Luz ténue


Vem...

A musica toca ao teu compasso...

Sinto o teu toque e acelero o passo...

Estás perto...Vem...

É o teu cheiro que me guia..

A estrela que me cega...

Domina-me com a tua presença,

Queres que te peça clemência? Eu peço....

Envolves-me na tua pureza?Eu cedo...

Queres que perca o olhar?

Vais-me fazer sonhar?imploro-te por tons de marfim...

Posso partir e viajar?diz-me que sim...

Dançamos o tango?até quando?

Esqueçi-me... O relógio não existe no nosso mundo...

Perdi-me...A vontade prevalece...

Encontrei-me...Neste preciso segundo...

A minha alma da sua falta padece...

O meu sorriso do teu abrigo...

Conta-me a verdade...

Vens...por mim? Porque estou aqui?

Serei eu a tua luz que se revelou ténue?

A que agora se perde? Eu ajudo-te... Permites?

No sombrio do dia, uma noite se mostra repleta de cores,

No mapa da vida a minha paleta é rainha no teu pregaminho,

E com elas pincelo o teu caminho...

O mesmo que te leva a mim....

Vem...

Deixa-me sentir a tua utopia...

A mesma que alimenta a minha...

Deixa que pelas nossas janelas

Saiam os gritos das nossas aureólas,

Como que com presunção anjos fõssemos...

Num sonho tudo é permitido,

Desde o simples silêncio até ao estridente grito...

O mesmo que nos leva a viver...

O de imaculadamente amar e depois morrer...

domingo, 23 de novembro de 2008

alegria...sê minha...ou não...


que sentimento este....

faz-me voar, levitar,

como se fosse feita de puro ar...

envolve-me, inebria-me,

consome-me, contagia-me,

como se fosse uma pluma no seu sublime voar...

como me fazes ver o luar

com cores de encantar,

como me fazes pensar

que amanhã vou-me levantar,

e sorrir...

sem ti a vida não teria essência,

a praça não teria gente,

eu não estaria presente,

a musica não tocaria tão crente...

alegria, dá-me a benesse do teu toque....

permite-me partilhar-te,

deixa que te espalhe como noticia

que acaba de ser publicada,

deixa-me guardar-te na minha almofada,

dá-me um pouco de ti para que seja feliz...

pinta-me com as tuas cores de mandarim...

bafeja-me com o teu cheiro a alecrim...

presenteia-me com o teu toque de cetim...

alegria...

sê minha!!!

hoje, amanhã e depois...

eu e tu, como se a dois

pintássemos o mundo...

eu e tu, como se duas penas

escrevessem a carta de amor mais bela

de que há memória,

aquela que faz nascer sorrisos,

aquela que de nós

ficou marcada na história...

alegria, te ofereço a quem te quiser abraçar,

te dou como legado precioso,

te presenteio a todos os que amo,

e mesmo a quem de nada reclamo,

te ofereço com a mesma pureza

com que vieste até mim...

alegria...

que nunca chegue o teu fim...









sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Estrada


Caminho por esta estrada,

Vagueio por este caminho,

Tenho como companhia a minha espada,

Como cruz o meu destino...

Passo pelas multidões transparente

respirando um ar cansado,

Acompanho evoluções inerente

a um presente ou a um passado...

Como certeza carrego os diasque passaram,

Como dúvida encaro os diasque hão-de vir...

No pensamento tenho a lembrança

dos sabores que perderam o valor,

Na consciência tenho a demência de um louco feliz...

De um ser insano e profano...

De um adulto com alma de criança...

De um luar mundano,

De um sonho e uma esperança...

Numa flôr revejo o mundo,

Num sorriso um segundo...

Na tristeza a pureza,

Num olhar desiludido uma cruel frieza,

A dureza da mesma estrada

por onde vagueio e caminho...

Eu e minha espada,

A minha cruz e o meu destino...

terça-feira, 18 de novembro de 2008


as palavras surgem,
a caneta escreve sem parar,
muitas vezes sem sentido
ou maneira de estar...
o cérebro não assimila
o que pede a euforia,
o coração não aguenta
a corrida sedenta...
a de escrever, escrever, escrever...
a musica invade os ouvidos
os gemidos ganham voz
e o pensamento torna-se veloz...
tanto para ver ou viver,
tantos pensamentos em desistir...
tantas palavras amigas
para quem as merece...
tantos sentimentos nobres
para quem deles padece...
como é bom se exprimir
soltar os medos e sorrir...
como é bom ver o arco-iris
por detrás de uma nuvem cinza,
como é triste não ter
uma alma sincera e amiga...!!!!
a caneta apenas escreve o que se quer,
a alma espelha o sorriso que não sai...
a boca cala o que o coração grita,
mais uma loucura minha que aqui vai...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008


saudade...

da inocência e da magia...

saudade...

da pureza e da leveza...

saudade...

da essência e existência...

maldade...

o tempo não pára...

maldade...

mais um dia que acaba...

maldade...

mais uma alma que se apaga...

confuso...

incrédulo e trémulo...

confuso...

o minuto que se forma depois do segundo...

triste...

o coração que a tudo assiste...

triste...

o cerco aperta..

a praia está deserta...

vento...

o que me leva o pensamento...

o que me rouba o sentimento...

o que me envolve na areia...

o que me desnorteia...

loucura...

camuflada e segura...

loucura...

a que sempre perdura...

mudança...

a força em forma de lembrança...

a chave da preserverança...

saudade...

maldade....

confuso...

triste...muito triste...

vento... a seu tempo...

loucura...pura...


quinta-feira, 6 de novembro de 2008


ao olhar para uma imagem,

penso na minha miragem...

um mundo limpo de culpas,

sentimentos tenebrosos,

pensamentos escalabrosos,

pessoas e acções que não enchem os corações...

um mundo cheio de cores,

repleto de dádivas e amores,

coberto de sensações e tremores,

impregnado de doces odores....

na minha miragem há sempre lugar

para quem por bons valores queira lutar,

que ideiais com sentido queira abraçar,

que crianças queira amar...

no mundo criado por mim

as ruas vestem-se de cetim,

os palhaços fazem rir sem fim,

as musicas tocam assim...

ao olhar para a mesma imagem,

vejo que a minha miragem

é que nem baralho de cartas a criar um castelo,

com um sopro mais forte caem,

os sonhos depressa se desfazem,

as bolinhas de sabão depressa partem...

de volta ao mundo actual,

vejo que tudo que sonhei é banal...

terça-feira, 4 de novembro de 2008




um pássaro voa...


uma folha dança no vento...


uma voz ecoa...


foge um pensamento...


o sol deita-se cansado...


a lua levanta-se nua...


o céu cobre-se de azul marinho...


a estrela chega de mansinho...


o olhar mostra-se triste...


a lágrima conversa com a boca


e pergunta-lhe:


porque não sorriste?


ao que a boca responde:


porque tu do teu cantinho saíste...


um misto de algo sem explicação...


um aglomerado de almas sem perdão...


um anjo que falha a sua tarefa...


um diabinho que desperta...


uma espada que recorda...


uma princesa que do sono não acorda...


um pássaro que voa...


uma voz que ecoa...


uma folha que dança no vento...


um fugir do pensamento...


um pesar do sentimento...


um choro mudo...


um vazio profundo...


um pássaro que deixa de voar...


uma voz deixa de se ouvir...


um pensamento que se sente a fugir...


uma alma a chorar...








domingo, 2 de novembro de 2008


a noite aproxima-se

e com ela o manto negro do sossego...

os duendes saem do esconderijo,

as águas abrandam,

as crianças dormem o sono dos justos

e os sonhos começam a ser gerados...

os principes selam os cavalos,

as fadas preparam os seus pós mágicos,

as folhas caídas no chão ganham vida,

acha-se a imaginação perdida,

a floresta canta baixinho...

a cor preenche os vazios,

os mares entrelaçam-se nos rios,

as estrelas do mar sobem ao céu,

e sobre ele desenham um místico véu...

chegou o tempo dos sonhos,

chegou a altura dos homezinhos risonhos,

pequeninos e ladinos,

practicarem as suas travessuras...

de jogarem ás escondidas entre malmequeres,

entretidos e alegres,

como as crianças que com eles sonham...

que bela é a visão deles,

onde apenas fadas e espadas,

princesas e sereias,

são os seus deleites,

os seus presentes e enfeites,

próprios do mundo das crianças...

as nossas belas esperanças...